Sinais de esperança na desesperança

Noticias de bombas, mar de lama, sangue, choro, morte, genocídio, guerra...

Este foi o cenário dos últimos dias e, infelizmente, poderá ser de muitos ainda...

"E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio, - e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse, a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José! Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja do galope, você marcha, José! José, para onde?"

Reações solidárias, pronunciamentos oficiais, povo nas  ruas, resto de esperança para quem foi atingido diretamente nas últimas tragédias que assolam o mundo. 

Estivemos unidos pela desumanidade dos fatos, numa corrente que cresceu e cresce .

 

"Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora .... "

 Mas a vida não para... Cada um, do seu lugar , continuando a fazer as ações de denúncia, comunicação e solidariedade no cotidiano, ajudando a reconstruir a esperança de muitos que embora não estejam nas manchetes mundiais, vivem seu cotidiano de violação de direitos.

E é este sentimento do cotidiano que nos une e nos faz presença solidária  num Abrigo de crianças pequenas, na  parceria com a Associação Irmão Sol .

"Rose que chamou a Deka, que chamou Mariza, que chamou Virgínia, que chamou Augusta, que chamou Amanda, que chamou Adriana, que chamou a Elen, que chamou a Laura, que chamou o Eduardo, chamou Zezé, chamou a Silma , que chamou.... "

De olho no mundo e ajudando a mudar aquilo que a gente alcança!

Os voluntários em BH seguem tecendo elos que vão se fortalecendo e encontrando caminhos de solidariedade e justiça!

Voluntários FASFI BH

Fonte: José /  Carlos Drumond de Andrade
            Flor da Idade / Chico Buarque