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A FASFI – Fundação de Ajuda Solidária Filhas de Jesus é uma organização civil, não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 2003, na Espanha. No Brasil, apresenta-se como uma filial e conta com a participação de leigos voluntários e colaboradores, independentemente da crença religiosa. Essa fundação faz parceria com as irmãs Filhas de Jesus e busca globalizar a solidariedade.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pobreza: um conceito, uma produção ou uma alternativa?


Avançando na temática da pobreza que nos propomos refletir, pensamos em dialogar mais sobre esta palavra que povoa a realidade e o imaginário social. Às vezes ela é apenas manchete, outras é apenas lamentação ou pena, outras ainda com indiferença e preconceitos estampados ou sutis. É fato que é intranquilo e complexo esta discussão.
O conceito de pobreza segundo Amartya Sen (1999), apud Crespo e Gurovitz, nos diz que a pobreza “pode ser definida como uma privação das capacidades básicas de um indivíduo e não apenas como uma renda inferior a um patamar pré-estabelecido”[1], nos provoca a ir além do econômico e  adentrar nas esferas sociais, políticas, jurídicas, humanas. Compreender o fenômeno da pobreza numa rede de interesses, dinâmicas, desafios e sentidos.
 A pobreza também é um acontecimento e não só um dado: nasceu pobre, o país é pobre, aquela cidade é pobre. Há interesses e elementos importantes a serem considerados antes de determinar a pobreza e mais ainda, antes de violentar o pobre.
O QUE OU QUEM A PRODUZ OU APROFUNDA?
Consideramos essencial nesta discussão que ao buscar compreender ou ir contra a pobreza, não rechacemos o pobre. É por considerá-lo  e levá-lo em conta  que a complexidade e a profundidade deste tema poderá trazer novidades, desafios e também possibilidades.
A justa distribuição dos bens e a equidade entre os sujeitos de direitos são  pontos nevrálgicos quando falamos de diminuição da pobreza. E nesta direção os caminhos convergentes são diversos: dignidade humana, cidadania, emancipação.
E porque se falar em alternativa?
Quando ligamos pobreza e alternativa, pobreza não é miséria. Pobreza pode ser um lugar simbólico. No qual se tece sentidos, caminhos compartilhados e o valor da coletividade. Grandes personalidades que revolucionaram nosso mundo viam na pobreza não só um jeito de ser, mas uma alternativa de vida e de mudança de estrutura social.
O que queria dizer Jesus com: “bem-aventurados são os pobres”?  Estará implícita aqui alguma alternativa?
Estamos todos muitos ricos. Ricos de si, de discriminação, preconceitos, divisões de classe, de “poderes”, de competitividade, de consumo, de coisas. Precisamos de bem-aventuranças, de inclusão, compaixão, simplicidade, de gente. Carecemos de humanidades!
Pobreza: o que tenho a ver com isso?



[1] ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – A POBREZA COMO UM FENÔMENO MULTIDIMENSIONAL Antônio Pedro Albernaz Crespo – Elaine Gurovitz. http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a03.pdf.

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